PROFETISMO E PROFETAS
Caro leitor, nessa introdução esquadrinhará a vida e obra dos profetas. Portanto, convido-vos a iniciar uma investigação profunda através da leitura bíblica e mergulhar neste universo e complexo mundo profético. Esse rico estudo, lhe fornecerá um grande conhecimento a partir dos seguintes temas que serão abordados com peculiaridades: Introdução ao profetismo; Títulos proféticos; O Profeta vidente; O Profeta extático (fixado na corte e aos santuários); Pré-clássicos (pré-literário) e clássicos (literários); Anúncio de esperança. Minha intenção neste texto é demonstrar o compromisso do profeta com a palavra de Deus e com o Deus na palavra.
INTRODUÇÃO AO PROFETISMO
Iniciaremos nosso estudo com a introdução ao Profetismo, que no sentido bíblico, a palavra “profeta” é a mais usada para designar as pessoas que ocupam um ofício religioso específico No Antigo Israel. O termo deriva da palavra grega = prophétes. A palavra prophétes é composta por duas palavras gregas: a preposição pro (“por ou antemão”) e o verbo phémi (“falar” ou “proclamar”). “Assim, profeta pode significar tanto “falar por” ou “em lugar de”, quanto “falar de antemão” ou “predizer”. Contudo, o sentido mais evidente da palavra, tanto na literatura clássica quanto no uso bíblico, é de “alguém que fala por ou em nome de Deus” (BULLARIHI, BRESSAN, 1978, P.10). Portanto, os profetas eram “pessoas que se sentiam, apresentavam e falavam perante a comunidade como portadoras de mensagem divinas” (REIMER, 2008. P.813).
Geralmente, os profetas bíblicos são classificados em profetas pré-clássicos e clássicos ou profetas não literários e literários. Os primeiros, representados principalmente por Elias e Eliseu e os segundos principalmente pelos profetas escritores do século VIII a.C (REIMER, 2008. P.814).
Quanto aos profetas hebreus, pode-se identificar alguns elementos que consideramos os germes do secularismo moderno. Embora não se possa estabelecer uma característica do que é histórico, seus elementos funcionaram como uma espécie de “gatilho” para algumas concepções modernas.
1° Os profetas transmitem a palavra de Deus que nos julga e salva. A atualidade dos profetas está neste apelo de conversão que é a exigência da busca de justiça e de Amor. (Miquéias 6, 6ss).
2° O profeta é um escolhido para falar em nome de Deus. Tendo entrado no conselho de Deus, faz a experiência de seu espírito e de sua Palavra (Amós 3, 7; Miquéias 3,8). É daí que nasce uma consciência que se transforma num imperativo que exige conversão: a palavra profética é, pois, uma crítica pedagógica da consciência histórica do povo.
3° O profeta crítica a idolatria e a política, os valores. E exige que o povo se converta. Determina a fuga do mal e a busca do bem (Amós 5, 24; Isaías 1, 16-17), prática da justiça (Amós 5, 24; Isaías 5, 7; 28, 14ss; Sofonias 2, 1ss) e o amor (Oséias 2, 21ss; Oséias 6, 6). Na crítica dos valores, os profetas exigem uma interiorização da Lei e da aliança (Jeremias 31, 31ss). A palavra profética deixa o homem: “ou...ou”
4° Os profetas também anunciavam o que é salvação futura. É inicialmente um “ato de Deus” através de seu Messias (Zacarias 9, 16-17). A realidade da salvação manifesta-se numa tríplice dimensão.
» Sua origem está no Deus vivo que vigia e conduz a história. (Zacarias 9, 1-8);
» Ela é realizada pelo Rei Messias Salvador (Zacarias 9, 9-12)
» A Salvação é a comunicação da felicidade Messiânica (Zacarias 9,13 a 10,3)
Na próxima edição do Jornal trataremos sobre os Títulos Proféticos. Deus lhe Abençoe!